Fashion Weekend: Moda de Rua

Segunda-feira é aquele dia chato de voltar à rotina. E em algumas profissões, conciliar o estilo com o ambiente de trabalho é uma tarefa complicada. Por isso, nos finais de semana, muitos aproveitam para vestir o que acham mais adequado, sem se preocupar com formalidades. Pensando assim, no último sábado, demos uma volta na Savassi, BH, para ver se essa teoria funciona na prática.

A experiência “sartorialística” foi ótima. Primeiro por direcionar o nosso olhar para estéticas e composições que diferem do nosso gosto pessoal. Essa não é uma tarefa fácil, mas agrega valor quando saímos da nossa “zona de conforto”. Outro aspecto relevante foi conhecer um pouco da pessoa por trás daquele look. Em todas as abordagens, a roupa pareceu ser parte da identidade de cada um com quem falamos, todos muito solícitos e simpáticos. Mesmo aqueles que não se permitiram fotografar, alegando timidez, foram atenciosos e educados. Isso não sai de moda nunca!

Como o Binóculo é feito por um casal, nada mais adequado que começar essa nossa série também com uma dupla.



Carla Mendonça


Carla é jornalista de moda e também atua como professora em cursos especializados. Além disso, também é assessora de imprensa de uma organização mais formal. Para essa profissão, ela comentou que precisa ter um pouco de cuidado com as escolhas. “Uso roupas menos montadas para me sentir à vontade. Como não abro mão do batom vermelho, e acho que ele chama muito a atenção junto com o meu cabelo, prefiro roupas mais lights”. Com tanta personalidade na hora de se vestir, difícil vai ser passar despercebida mesmo em peças básicas.

Bata: Jefferson Kulig
Calça: LZ Club
Bolsa: C&A
Sapato: acervo
Pulseiras: douradas (Brilhantina Brechó), madeira (Feira Hippie)

Alevi Ferreira


Assim como a sua namorada, também é jornalista e não alega ter problemas em adaptar o guarda-roupa ao trabalho. Como convive com uma profissional da moda, perguntamos se ela dá alguns pitacos na hora de se vestir. “No início, ela fazia indiretamente”, comenta. E ela completa: “eu aproveitava datas como Natal e aniversário para dar presentes estratégicos”, brincou e disse que hoje ele não precisa mais tanto direcionamento. Alevi concordou. Parece que é verdade, afinal, uma camisa branca e uma calça preta são peças essenciais em qualquer armário.

Camisa: Sandpiper
Calça: V.Rom
Relógio: Fossil
Tênis: Vans

Janaína Silva


A Jana, como gosta de ser chamada, é vendedora e trabalha no querido Brilhantina Brechó. Por isso, a dificuldade em se vestir para trabalhar está em escolher a peça que mais gosta. Seu estilo combina com o ambiente profissional. “Gosto de roupas retrô e de mesclar o antigo com o atual”. Trabalhar com o que gosta e vestindo-se à vontade não é para qualquer um. Que privilégio!

Vestido: Brilhantina Brechó
Meia: Lupo
Acessórios: Feira Hippie
Bota: Constance

Luiza Campos


A estudante de moda é estagiária numa fábrica de tecidos, e, quando a encontramos, ela havia acabado o seu expediente. Acha que ela estava totalmente à vontade dessa maneira? Que engano... seu emprego exige o uso de peças com as quais ela não simpatiza. “Não gosto de calça jeans. Se pudesse, só usava saias de cintura alta, vestidos e salto, acho tão feminino”, afirma. Para amenizar seu “sofrimento”, ela investe em outras peças e em diversos acessórios. Ponto alto para a galocha, comprada no interior e customizada por ela. “Tem gente que me pergunta se é de marca”, diverte-se. E é, afinal, tem grife melhor do que aquela que criamos para nós mesmos?

Óculos: Tom Ford
Blusa: um dos muitos achados no guarda-roupa da mãe
Bolsa: acervo
Calça: acervo
Acessórios: pulseiras de plástico (lojas do centro de BH), anéis e broche (criação de um amigo que ela chama de Ramon. Luiza não lembrava os contatos, mas disse que vai tentar encontrar)

Cristina


A psicóloga disse que se sente mais à vontade no trabalho por ser dona do próprio negócio, mas, ainda assim, às vezes precisa se adaptar. “Consigo vestir o que gosto, mas sempre me adequando às situações mais formais”. Quando a encontramos, estava acompanhada por suas filhas e ficou surpresa ao saber que gostaríamos de fotografá-la. Uma das meninas logo falou para ela: “a fashion aqui é você!”. A gente concorda, sua produção tinha personalidade.

Sobre as peças, Cristina diz que não se lembra onde as adquiriu, pois compra o que gosta, sem se prender à marca. Nós também somos um pouco assim.